sábado, 21 de abril de 2012

Final Fantasy Adventure

Produtora: Square Soft
Ano: 1991

RPGs modernos são conhecidos hoje em dia por tramas mirabolantes, colaboração de múltiplos jogadores e personagens, muitas idas e vindas, um infinidade de itens e magias a disposição, além de exigir do jogador, claro, horas e horas para a conclusão. A primeira vez que li o título Final Fantasy Adventure, imaginei algo do tipo (trama complexa, muitos personagens, um mar de itens e magias para se perder, etc). Mas o que poucas pessoas sabem, ou desconhecem, é o fato desse jogo sob assinatura da Square, ser a estreia da franquia Seiken Densetsu que anos mais tarde daria as caras no Super Nintendo na sequência conhecida no mundo todo como Secret of Mana; sendo este último reconhecidamente um dos melhores jogos do gênero lançado para o 16-bits.

Antes de maiores aprofundamentos sobre o jogo, vale destacar que o nome Final Fantasy foi usado pela Square como forma de alavancar as vendas do jogo perante o público americano (na Europa o jogo foi chamado de Mystic Quest e não faz nenhuma referência ao homônimo lançado em 1992 para o Snes). Essa é a principal razão para muitos não aceitarem esse jogo como um autêntico Final Fantasy – o que não deixa de ter sua razão já que Seiken Densetsu é um série paralela. Manobra semelhante foi feita com a franquia SaGa que aportou no ocidente com o nome Final Fantasy Legend - o primeiro RPG lançado para o portátil e o primeiro jogo da Square a vender mais de 1 milhão de cópias.


A história
O enredo de Seiken Densetsu (Lenda da Espada Sagrada) faz referência a Árvore de Mana. A história começa quando um guerreiro (chamado apenas de Hero, e que pode ter seu nome alterado pelo jogador) vê seu melhor amigo Willy morrer após uma difícil batalha. No Império de Glaive, os guerreiros são obrigados a todo dia lutar como forma de divertimento para o seu soberano, Dark Lord.

Após a morte de Willy, Jeff (como aqui resolvi chamar) descobre os planos de Dark Lord para se apossar da Árvore de Mana. A mesma é responsável por toda vida existente no mundo e a fonte de equilíbrio de toda natureza, mas algumas pessoas sabem que ao tocá-la receberão um grande poder por toda a eternidade. Dark Lord está disposto a cruzar os terrenos sagrados onde a árvore se encontra para ter esse poder.


Uma vez antes, o Imperador de Vandole já quis se apossar da Árvore de Mana e usar esse poder para fins malignos. A paz voltou ao mundo graças a uma aliança feita entre os Guerreiros Gemma e a Família de Mana. Após intensas batalhas, o Imperador foi derrotado e o caminho para chegar ao santuário da árvore foi selado num pingente. Num golpe de sorte, Jeff conhece a portadora do pingente (a heroína, que denominei Flea) e logo descobre que ela está em perigo e resolve assim, protegê-la a todo custo.


O sistema de batalha
Nada de batalhas demoradas ou elaborados menus para a execução de um encantamento. Com a arma em punho, o personagem desfere golpes e até usa magias (através de uma configuração simples e muito intuitiva) em tempo real enquanto avança pelas telas recheadas de monstros e inimigos. Um autêntico Action-RPG para o portátil. Essa simples descrição, logo de cara, dá a entrever que Final Fantasy Adventure bebeu muito da fonte de jogos como The Legend of Zelda – ainda assim acrescentando um toque todo especial que somente a Square sabe dar.

Na parte inferior da tela, o jogador tem acesso a algumas informações úteis como quantidade de HP e MP, além disso existe a barra de gauge. Essa última refere-se a quantidade de força a ser desferida no próximo golpe do personagem. Quanto mais cheia, melhor; assim os inimigos e monstros podem ser abatidos com mais facilidade. Casso a barra esteja carregada no limite máximo, algumas armas serão disparadas (como a espada) permitindo um ataque a distância – muito útil caso se queira evitar um contato com monstros que tiram energia mais fácil.

O acesso ao menu


Dois menus estão a disposição do jogador. Um dedicado a funções mais técnicas por assim dizer (por meio do SELECT e que aqui chamarei de menu 1) e o outro a comandos de ação do jogo (botão START, menu 2)

Menu 1 – Opções:
•    Save – salva o jogo. O game é bem oldschool por isso a opção de salvar está sempre disponível, logo é interessante usá-la bastante.
•    Map – acesso ao mapa do jogo. Dentro de dungeons é a função mais útil de todas. Nas áreas externas (o que seria o world map) apenas se tem uma leve referência das cidades onde já se visitou sem indicação de nomes ou algo do gênero.
•    Status  - Como o nome entrega, mostra os dados mais importantes na constituição do personagem como poder, pontos de ataque e defesa, sabedoria, virilidade, etc. 

Menu 2 – Opções:
•    Item – Acesso a todo o inventário de itens.
•    Magic – Acesso as magias aprendidas pelo personagem.
•    Equip – Tela de equipar o personagem com armaduras, escudos, etc.
•    Ask – Utilizar a habilidade especial do NPC.

Itens e magias após serem selecionados, ficam acessíveis ao jogador por meio do botão B – eles não são utilizados/gastos nas telas de menu, é preciso primeiro selecioná-los e depois, durante a ação, escolher o momento para utilizar. Essa dinâmica permite que o jogador esteja atacando um chefe e tenha a disposição um ou dois potes de cura equipados para o caso de uma emergência. As magias também seguem a mesma linha de raciocínio, apenas com a ressalva de que, enquanto os itens tem quantidade determinada, o limitador da magia é a quantidade de MP.

Personagens secundários


Existem no jogo diversos NPCs que auxiliam o protagonista durante o desenrolar da história, como a heroína (Flea), Bogard, Lester, Amanda e até mesmo um Chocobo dá as caras por aqui que pode ser utilizado pelo player para atravessar áreas mais extensas (a exemplo do que acontece nos demais jogos da série). Em Adventure, os personagens secundários que juntam forças com o heróis estão sempre sob o controle da CPU. Todos possuem habilidades peculiares e bastante úteis durante as batalhas. Infelizmente, não há uma maneira de guiá-los nas batalhas, eles apenas acompanham Jeff disparando flechas (ou o qualquer que seja a arma que portem) em tudo que aparecer. O ponto positivo é que por meio da função ask eles podem ser muito úteis, indo desde dicas para compra de itens e restauração de status até recuperação de MP.


Conclusão
O jogo possui certo grau de dificuldade que para resumir vou deixar em dois pontos: as dungeons e a desatenção. Essa última pode ser mais fatal que qualquer chefe do jogo; por isso seja precavido e tenha sempre potes de cura ou MP em quantidade razoável para conjurar magias de restauração. Os calabouços não são enormes, exceto um ou outro de tamanho maior, mas sempre possuem boa quantidade de monstros. Aqui, o que pode minar as forças do jogador, mesmo o mais experimentado, é dar voltas em círculo (mesmo com o uso do mapa) já que as salas se parecem demais.

Para os que conheceram Secret of Mana primeiramente (assim como eu), diversos inimigos e um ou outro detalhe parecerá familiar trazendo um gostinho a mais a cada momento que se joga. Final Fantasy Adventure cativa pela simplicidade, uma boa mecânica e o alto fator nostalgia, nesse que pode ser chamado o meio termo entre um Zelda e um game mais complexo. Boa jogabilidade, músicas agradáveis, gráficos condizentes com sua época; enfim, um jogo muito recomendado e um dos melhores do gênero que este blogueiro já teve a oportunidade de experimentar.

Tenha um bom jogo!

6 comentários:

  1. Caraca, fiquei empolgado com esse blog, gosto dos jogos do Game Boy Classic e quero ver o que você mostrará por aqui. Um abraço Marcel!

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  2. já ouvi falar desse FF que muito pouco conhecido, vou baixar ele aqui e dar uma testada. valeu pelo post, Marcel

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    1. Aconselho muito Leo. O jogo é muito bom.

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    2. Um jogo bem interesante já tinha lido uma matéria a respeito sobre a série que curto muito o primeiro que joguei foi o de Snes que zerei 2 vezes de tanto que gostei do jogo.

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    3. Eu tenho um desfecho triste com esse jogo. Eu estava com uns 70% de jogo completos quando minha bateria de save deu adeus. Ainda não criei coragem para rejogar. Mas ainda tenho todos os mapas (sim, eu desenho, hehe) no meu caderninho.

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